XXI SNEF
Lucas Tondini
Ontem, durante
o período vespertino do evento, foi realizada a Mesa de Abertura do Simpósio com
o tema “Políticas Públicas em Educação e o Ensino de Física” e composta
por três membros: Celso João Ferretti, atuante nas áreas de reformas educacionais, ensino médio,
educação e trabalho, educação profissional e trabalho; Lúcia Helena Sasseron,
mestre em Ensino de Ciências pela USP e doutora em Educação pela USP e Ítalo
Modesto Dutra, coordenador Geral de
Ensino Fundamental, da Diretoria de Currículos e Educação Integral, da
Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação.
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Celso Jorão Ferreti questiona a falta de investimentos
na educação. / foto: Gilberto Pereira-UFU |
O professor Celso debateu questões ligadas à
educação básica e abordou, dentre outros pontos, a importância de um maior
investimento na educação e na melhoria da qualidade de ensino. Lúcia Sasseron
apresentou uma palestra que contemplou o tema “O Ensino de Física na Educação
Básica: histórico, alcances e perspectivas”. A professora destacou que o ensino
da Física no Ensino Médio
deve servir para a consolidação e aprofundamento dos
conhecimentos científicos, além de contribuir
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Lúcia Helena Sasseron fala sobre
o ensino da física na Educação Básica.
/foto: Gilberto Pereira - UFU |
para o desenvolvimento do
educando como pessoa. De acordo com Lúcia, ensinar Física permite o raciocínio
crítico e o desenvolvimento da alfabetização científica.
Durante a palestra também foram apresentados os
desafios para os professores da sociedade contemporânea, que, de acordo com a
professora, são, dentre outros: melhor planejamento e implementação do ensino
da Física e reconhecimento de que o ensino da Física vai além de ensinar
conceitos científicos. Já para os alunos os desafios se constituem em
reconhecer a importância de diferentes visões e idéias, além de contribuir para
a construção de um aprendizado com diálogo. No que diz respeito à formação,
Lúcia frisou que formar é mais do que oferecer oportunidades e condições para o
aluno; a Física deve contribuir para solucionar problemas do cotidiano à luz de
raciocínios lógicos.
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Ítalo Dutra discute a Base Nacional Curricular. / foto: Gilberto
Pereira - UFU |
Por fim, Ítalo Dutra discutiu a Base Nacional
Curricular, apresentando alguns pontos da Política Curricular Nacional, tais
como: política nacional de formação de professores, política de avaliação da
Educação Básica, política de conteúdos educacionais e política de
infraestrutura física.
Durante a tarde, também foi realizada a Palestra
de abertura do Ano Internacional da Luz, ministrada por Vanderlei Bagnato,
doutor em Física pelo Massachusetts
Institute of Technology. Vanderlei iniciou a palestra apresentando uma
frase de sua autoria: “Ciências em geral e Física em particular são elementos
de cidadania. Temos que saber ciências primeiro para não sermos ignorantes e
depois para formarmos cientistas”. Durante a palestra, o professor apresentou
alguns dados de uma pesquisa realizada com estudantes do ensino médio. Dentre
os resultados alarmantes, 100% dos alunos não souberam explicar como enxergamos
as cores, e 100% afirmaram que o sol emite calor, sendo que é uma afirmação
falsa, visto que o calor não se propaga pelo vácuo. Sendo assim, Vanderlei afirma
que o desconhecimento percola desde a fase da educação básica atingindo a fase
profissional.
Outro ponto apresentado na palestra foi o uso da
ciência para tratar problemas de saúde. Para Vanderlei, a ciência tem que se
comprometer com o interesse social, dentre eles a saúde pública. O professor
apontou alguns dados que mostram que isso vem acontecendo gradativamente: a
ótica tem sido usada para tratar cânceres, a luz para combater a presença de
fungos nos pés, etc.
Para o estudante de Física Médica da UFU,
Leonardo Levy, as palestras foram muito enriquecedoras: “É sempre muito bom o
conhecimento que os profissionais de fora passam pra gente. Eles têm muito mais
experiência que nós, estudantes, e por isso, é muito enriquecedor”, afirma.
Ainda de acordo com o estudante, a palestra de Vanderlei foi importante para
mostrar a aplicação da Física e seus desdobramentos em outras áreas, como a
saúde pública.
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Alunos e professores assistem Mesa Redonda de Abertura do Snef
foto: Gilberto Pereira - UFU |